domingo, 20 de março de 2011

antônio

acho que lembramos de coisas que nunca mais serão ditas. o abraço foi rápido, deu pra trazer à memória o cheiro e a temperatura da pele. foram quase promessas de adolescentes, mas olhar assim olho no olho, com sorriso de canto de boca, traz uma cumplicidade tácita. terminar aquilo que começamos, por mais tentador que seja, não faz mais parte dos planos. não pode mais. em dois anos muitos terremotos acontecem e desestruturam vontades. olhar pro pedacinho de você, pra sua dedicação com ele, te imaginar educando e amando incondicionalmente faz o sexo se transformar em carinho. algumas coisas não mudam nunca, afinal, você e eu sabemos que você veio a esse mundo pra me irritar. e assim o quero. mas jamais vomitarei o que foi bom, jamais permitirei que seja sequer digerido. vai ficar aqui dentro, perto do estômago, esbarrando no baço, talvez, aquela bondade e simplicidade que só você sabe ter. e a mordida. nem chico nem tom sabem o quanto é desconcertante rever o grande amor multiplicado! mas a saudade foi boa, melhor do que esperava. e o coração não chegou a bater na garganta, ficou no máximo pouquinho acima do peito. que a vida seja boa com você e com o pedacinho de você. o melhor te desejo. sempre. o resto... bem... 


o resto.

Um comentário:

  1. A adolescência nos faz imediatos. E quem bom! A intensidade fica na dose do carinho e da admiração. Nada em vão! x)

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