Na internet as coisas são sempre mais fáceis. Segundo a lei, o consumidor tem até 7 dias para se arrepender de uma compra e devolver o produto. Para as compras em lojas, no mundo real, a coisa é mais complicadinha: a troca só é permitida se o produto apresentar algum defeito. Agora dizem que existe um projeto de lei na câmara dos deputados que prevê o direito de o consumidor se arrepender e devolver o produto, do mesmo jeito que saiu da loja, em até 48h. Esse troca-troca não vai dar certo.
Imagina se, ao contrário, quem se arrepende é a roupa? Você observa detalhes, analisa o tamanho, a cor, a textura, o bem que ela te faz, a maneira como ela te olha e te trata com carinho. Aí você leva pra sua casa, coloca em cima da cama e... pimba! Ela não te quer. Ou, muito pior, ela chega a ocupar seu corpo e depois decide que enjoou do seu cheiro. Se esforçou tanto pra chamar sua atenção e te conquistar dentre milhares de outras peças, e quando conseguiu o que queria, esnoba. Muda de idéia, se arrepende, sem nem mesmo tentar fazer parte da sua vida e da sua rotina. Tem a cara de pau de te dizer que está começando algo com outra pessoa. Acha que pular assim, de corpo em corpo por aí, vai resolver suas crises. E acredita que aquela que teve seu corpo invadido, seus sentimentos aguçados, vai simplesmente doar sua peça de mão beijada e comprar outra. As roupas deveriam ter mais consideração pelas pessoas. Em se tratando de peça íntima então, aquela preferida, que dividiu contigo melhores momentos... nem se fala! Não se pode ficar usando e devolvendo pessoas! Quedê o projeto de lei que aprova morte em caso de arrependimento?
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