meu corpo já não fica mais tão triste de saudade, afonso. meu peito já não formiga quando penso em tudo que nunca vou viver com você. vez ou outra ainda lembro de como você coça a barba quando tá crescendo, do cheiro da sua boca ou de como você me oferecia cheio de malícia aquele licor de chocolate. e depois me beijava pra provar o sabor. também lembro com saudade dos seus olhinhos brilhando enquanto você me contava sobre todos aqueles filmes que nunca vou ver. mas não choro mais. escrevo porque tenho medo de esquecer, mas também pra arrancar logo essa sensação de dentro de mim, com raiz e tudo. uma vez você perguntou se eu me arrependo de ter mandado aquela mensagem. sim. e muito. tivesse eu segurado minha língua, hoje não saberia tudo que estou perdendo. prometo que estou me esforçando, afonso. em breve você será apenas uma lembrança feliz e, com sorte, eu serei apenas um sorriso entre uma mensagem de internet e aquela noite em que gargalhamos até sentir dor nas costelas
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